Epitáfio (Ricardo Reis [f. pessoa])
A Nada Imploram
A nada imploram tuas mãos já coisas, Nem convencem teus lábios já parados,No abafo subterrâneoDa úmida imposta terra.
Só talvez o sorriso com que amavas Te embalsama remota, e nas memórias Te ergue qual eras, hoje Cortiço apodrecido.
E o nome inútil que teu corpo mortoUsou, vivo, na terra, como uma alma,Não lembra. A ode grava,Anônimo, um sorriso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário