sábado, 21 de março de 2009

FIM

A melancolia sorria. A melancolia sozinha. Eu a olhar. A perder-me.
Dentro de um mundo que já não é meu. Sou fagocitado pelo universo.
Me sinto vivo. Meus rins ainda filtram o vermelho podre dos rios
que acompanham minhas marginais.

A melancolia sorria. Vívida. A melancolia sozinha. Eu a sonhar.
Dentro de uma realidade que já não é minha. Sou atraído pela realidade
que não é. Nem virtual. Economizo palavras e sonhos e pensamentos
e respirações e evito o sono. Prolongo-me.

A melancolia sorria. Eufórica. Eu a pensar.
Dentro de decepções que já não posso dizer se minhas ou de todos.
Sou compelidoo a ignorá-los posto que me ignoram. Reflito.

A melancolia fingia. A melancolia sozinha. Eu a chorar. A assumir-me.
Dentro de lágrimas que são, de fato, minhas. E as assumo. Sem medo
de ser hipócrita. Sem desejar voltar. Apenas curtindo.

A Melancolia.

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