sábado, 21 de março de 2009

esquecidos

Achei, fuçando num laptop esquecido, alguns poemas que nem lembrava que existiam... (e não são de todo mal...)



bom, são eles:

Se assim eu te soubesses te daria.
Se como Eós tu me viesses,
Com novidades e o Sol sempre quente;

Minhas dores, minha Eós, eu lhe daria.
Não para que as guardasse como a outra, numa caixinha,
Mas para que as cuidasse e engolisse, assim como faz com a lua a cada dia

E se muito as julgasse, minha Eós,
Imagine o que eu mesmo julgaria;

Tu sabes que do que morreu teu amado,
Que viveu num mundo já acabado
Como o corpo meu carregando o mesmo fardo.

Mas não a quero, de fato, como Eós,
Talvez o sonhar me realize mais que o cantar,
E ainda que nada se concretize... sonhar...

Com luta, luto e despudor,
Ainda que de real haja somente dor,

...sonhar...

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...E foi assim que me disseram Dionísio,
que são lícitos aqueles tais poderes,
que é justo a eles os dizeres:
“ser sério é não sorrir”

E não amar...
Pior proibiu-se o gozar.
Ainda que me cause risos,
Não é justo Dionísio.

Ainda que me leves Dionísio,
Como levar consigo tuas bacantes?
Roubadas de um deus que não existe, e que de fato é tu Dionísio.

Por tais dizeres me injuro, perante sua igreja e a do padre eu assumo.

“Casado”

cansado Dionísio, de um mundo que diz:

“O pesar é viver e não existe o sofrer”.


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